Olá, cursista!
Em continuidade ao curso Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC, vamos conhecer, nesta unidade, alguns dos principais aspectos das linguagens e formas que caracterizam a grande rede mundial de informação: a Internet. Estudaremos, também, os conceitos de hipertexto e hipermídia, os quais definem como navegamos na Internet.
Atualmente, muito se fala em redes. Convivemos com redes de todo tipo, por toda parte: redes de lojas, redes de TV, redes de computadores... Inventaram, já faz algum tempo, a Internet, que é uma rede de redes de computadores. E agora já falam até de conhecimento em rede e de inteligência em rede, imagine só! Que coisas serão essas? Você faz ideia? Que imagens ou conceitos trazem à sua cabeça essas expressões?
Nesta unidade, vamos tratar de algumas dessas questões. Ademais, veremos como a Internet, que conecta pessoas de todo o mundo, pode contribuir para que forjemos uma rede que reúne seres pensantes e coisas; rede que liga gente, computadores, impressoras, câmeras etc. Essa rede, a Internet, permite-nos saber como são; o que pensam; o que fazem; como vivem e como funcionam as pessoas, as sociedades, de toda parte do mundo, desde as que estão bem longe até as mais próximas de onde estamos. Pela Internet, podemos saber o que faz ou o que escreve alguém que está no Japão; é possível vermos como é a casa de alguém que mora na Austrália ou imagens na Antártica; e, até mesmo, saber o que está escrevendo, neste minuto, seu colega que está usando o computador aí ao seu lado.
Vamos iniciar nosso trabalho estudando a relação entre a cultura audiovisual e a educação, acessando alguns sites em que são mostradas possibilidades de trabalho nessa temática:
• Porta Curtas Petrobrás:
Neste site, você encontra centenas de produções em curta metragem – várias delas com temas importantes para a educação e algumas delas até podem ser entendidas como produções possíveis de serem realizadas pelos próprios alunos. Faça uma busca pela ferramenta do próprio site e veja o que você encontra.
• Portal Planeta Educação:
Nesta seção do portal Planeta Educação, você encontra a sinopse de vários filmes, juntamente com seus vídeos, trailers e várias orientações para trabalho nas escolas.
Contextualização – Introdução ao tema Internet
Para dar início a esta Unidade Curricular, começamos com algumas problematizações para estimular você a refletir, pois, afinal, o que produtos de arte audiovisual têm a ver com os conceitos que estudaremos nesta unidade? E por que eles são tão importantes na escola? Isso é algo que descobriremos a seguir.
Os conceitos de hipertexto e de hipermídia são típicos da Internet; este espaço também é chamado de ciberespaço .
E vamos pensar, também, é claro, sobre como isso pode interferir no trabalho realizado na escola. Será que podemos fazer as mesmas coisas que fazíamos antes, usando computadores e Internet? Será que há coisas que não fazíamos na escola e que, agora, precisarão de nossa atenção? Será que há coisas novas que precisam ser ensinadas? Será que há coisas novas que precisam ser aprendidas? Será que podemos criar formas novas de ensinar e de aprender? Temos a impressão de que há sim essas possibilidades.
Dirão alguns: lá vem essa tal de Internet para nos dar mais trabalho. Já não bastava tudo o que tínhamos que fazer? Sim, temos mais o que fazer e muito que aprender. E se quiserem saber, teremos muito com o que nos divertir.
Desejamos a você uma boa viagem. Ela está só começando... Afrouxe o cinto, mãos no teclado e no mouse e bom proveito!
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Figura 2.01 - Quer viajar conosco para o mundo da Internet?
Para dar a partida nessa viagem fascinante rumo ao ciberespaço, preparamos uma atividade a ser realizada em colaboração com seus colegas. Aproveite!
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Navegação em hipertexto
Navegar livremente no site do Portal do Professor mantido pelo MEC e, em seguida, realizar uma discussão com todo o grupo a fim de socializar elementos interessantes encontrados por cada um no caminho percorrido.
Para contribuir, na socialização e discussão é interessante compartilhar sobre as sensações e impressões obtidas ao navegar livremente pelo site, e se isso contribuiu ou não para o seu aprendizado.
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Depois dessa navegação, sugerimos a leitura do poema “Navegação à Deriva”.
Quem navega à deriva
sabe que há vida além dos mares nos mapas
além das bússolas, astrolábios, diários de bordo
além das lendas dos monstros marinhos, dos mitos
quem navega à deriva
acredita que há nos mares miragens, portos
inesperados, ilhas flutuantes, botes e salva-vidas
água potável, aves voando sobre terra, vertigem
quem navega à deriva
aprende que há mares dentro do mar à vista
profundidade secreta, origem do mundo, poesia
escrita cifrada à espera de quem lhe dê sentido
quem navega à deriva
se perde da costa, do farol na torre, dos olhares
atentos, dos radares, das cartas de navegação
imigra para mares de imprevista dicção.
Marcus Vinicius Quiroga
O poema de Marcos Vinicius chama a atenção para os ganhos que pode ter quem se permite algum vagar quando enfrenta o que é novo. Qual é a sugestão que fica?
Depois da leitura, sugerimos que você se lembre de navegar à deriva, vez por outra. Não olhe para a bússola, apenas use a Internet ou entre numa livraria, leia, escreva, derive com alguma poesia. Navegar sem rumo talvez seja uma boa forma de descobrir e inventar rumos possíveis além dos previsíveis. Experimente um pouco isso; permita-se algum tempo de navegação sem rumo para ver aonde isso vai dar e o que vai aparecer.
É comum termos boas surpresas quando, ao pesquisar pela primeira vez um tema na Internet, vagamos um pouco pelos diversos sites e páginas que os programas de busca nos oferecem. Isso não é exatamente novo ou moderníssimo, nem é inovação que veio com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC); nos tempos da enciclopédia de papel, havia professores que “brincavam” assim com seus alunos: de um verbete iam a outro, depois a outro. Faça isso na Internet e, também, ao ler poemas, contos etc. Depois de vagar um pouco, volte a seu tema central.
Para Refletir: icone_para_refletir_curso2.png
Navegar um pouco à deriva ajudou você a ampliar os horizontes? Ampliaram-se as possibilidades de conexões do tema, inicialmente buscado, com outras questões e conceitos? Quais? Como? E quais os perigos da deriva na Internet? Quais são as bússolas, os mapas e os portos seguros que temos na Internet? São muitas questões que podem gerar uma boa reflexão.
Figura 2.02 - Quais os perigos da deriva na Internet. O que poderá deixar-nos seguros em rede?
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As linguagens da Internet – o hipertexto
Vamos iniciar, agora, a exploração de alguns dos principais aspectos das linguagens e formas de registro que definem como navegamos na Internet.
Então, que tal estudarmos e explorarmos um pouco o conceito de hipertexto? Vale lembrar que o proposto aqui é uma espécie de meta-aprendizagem. Assim, vamos aprender sobre como aprendemos; como navegar, navegando e refletindo sobre o que experimentamos e percebemos. Para isso, propomos que você fique sempre bem atento aos próprios movimentos e pensamentos, ao experimentar o que virá a seguir. Sugerimos que, de forma relaxada, você vá anotando, para poder relembrar depois, as coisas importantes e significativas que for experimentando e descobrindo.
A proposta agora é começar uma navegação em busca do conceito de hipertexto através de uma ferramenta de buscas na Internet . Existem diversas ferramentas excelentes; entre elas, há as seguintes: o Altavista, o Yahoo, entre outras. A mais utilizada hoje em dia é, no entanto, a página do Google .
Ao acessar essas ferramentas sugeridas, você conseguiu encontrar o conceito de hipertexto? Então, vamos realizar a atividade 2.2 para saber ainda mais sobre isso?
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Atividade 2.2 icone_aprendizado_tecnologia_curso2.png
Navegação em busca do conceito de hipertexto
Fazer uma pesquisa na Internet sobre o conceito de hipertexto. Acessar a página do Google e iniciar a busca com a chave “o que é hipertexto?”. Observar quantas páginas foram listadas e o que isso pode indicar.
Você pode notar que haverá uma lista de referências que o mecanismo do Google monta sempre que solicitamos a definição de algum termo. Note que em todos os sites listados nesse primeiro item há uma definição para hipertexto. Navegue à vontade por essas definições e, depois, volte para as páginas anteriores. A ideia, neste momento, é que você vivencie, de modo consciente e sem medo de errar, nem de acertar, a sensação de navegar por um hipertexto. Se você ficar completamente perdido, é só começar de novo. Para isso, você pode fechar o navegador e voltar à busca na página do Google.
Ao terminar a navegação, registre suas impressões sobre a experiência de navegação; diga como foi, para você, lidar com um produto textual em que se navega além de ler. É importante refletir sobre as seguintes questões:
• Clicar nos links facilitou ou complicou sua caminhada para compreender o que é um hipertexto?
• Você se perdeu? Conseguiu retornar e achar seus caminhos? Conheceu coisas inesperadas? Saberia dizer por onde andou?
• Aprendeu um pouco acerca do tema central: os hipertextos? Saberia enumerar cada coisa sobre o que leu?
Que tal compartilhar suas impressões com os colegas e com seu formador?
Essas reflexões podem ajudar você na realização da atividade seguinte, a qual lhe instigará a expressar a sua construção do conceito de hipertexto.
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Atividade 2.3 icone_conceitual_curso2.png icone_aprendizado_tecnologia_curso2.png
Conceituando hipertexto individualmente
Elaborar, com suas próprias palavras, uma conceituação sucinta sobre hipertexto, utilizando o que leu até agora.
Você pode se embasar nas várias páginas que você leu neste material impresso, alguns trechos sucintos e claros que, em sua opinião, expressam, de forma objetiva, o que é um hipertexto. Busque as orientações no Ambiente Virtual ou com o seu formador sobre qual a forma você pode desenvolver essa atividade.
É importante lembrar-se de referenciar os textos e endereços que você consultou e principalmente atribuir a autoria aos trechos copiados.
Será que você já vislumbra alguma possibilidade de exploração dos hipertextos como suporte para provocar a aprendizagem? Se você já conseguiu antever alguma forma em que os hipertextos podem ser incorporados à sua prática profissional, não deixe de registrá-la, porque vamos discutir isso logo adiante.
É importante compartilhar seus registros e reflexões com seus colegas. Também é interessante você registrar um comentário breve, sobre o conceito obtido por um colega, já que utilizaremos ele na atividade a seguir.
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Reflexões sobre o que se aprendeu e se produziu
Agora, a proposta é que você compartilhe suas reflexões com os seus colegas. Ao compartilhar sua produção, ela deixará de ser uma elaboração pessoal para ter valor social. Quando outras pessoas lerem sua produção, comentarem-na e dela utilizarem o que julgarem que lhes possa ser útil, seu trabalho deixará de ser apenas seu; será não só da rede, mas também de muitos. Tornar-se-á parte de uma produção coletiva, ou seja, parte de um conhecimento coletivo, conhecimento em rede.
Atividade 2.4 icone_reflexao_pedagogica_curso2.png icone_em_grupo_curso2.png icone_conceitual_curso2.png
Conceituando hipertexto coletivamente
Esta atividade é complementar à atividade 2.3, porisso será necessário partir dos textos do curso que visam a conceituar hipertexto que cada um dos seus colegas compartilhou ao final daquela atividade.
Dentre os trabalhos dos seus colegas, escolha pelo menos um que apresente algo que lhe pareça interessante e faça comentários dizendo por que chamou a sua atenção. O propósito é enriquecer um pouco cada um dos documentos com as observações feitas pelos colegas. Sugerimos, todavia, que você procure não se alongar. Teça, portanto, comentários breves para que possam ser lidos rapidamente.
Muitos terão copiado e referenciado textos semelhantes, e por esta razão alguns se pareçam, talvez, com o seu trabalho. Tudo bem, pois a ideia é mesmo que o grupo caminhe para a construção de alguns consensos sobre o que é um hipertexto.
É importante não esquecer que os textos devem ser curtos, pois esta era a orientação da atividade anterior. Se algum texto for demasiadamente grande, faça um comentário com essa observação – se alguém já houver feito isso, apenas corrobore se lhe parecer cabível.
Depois disso, é importante você voltar a seu trabalho e ler os comentários dos colegas. Se achar cabível, amplie ou replique os comentários, ou modifique alguma coisa em seu texto original. Aproveitar os comentários de seus colegas para tornar seu (hiper) documento ainda melhor.
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Queremos apresentar a você algumas das nossas reflexões sobre hipertextos.
Você certamente já havia usado um dicionário. Alguma vez, ao procurar uma palavra no dicionário, você não precisou buscar o significado de outras? Então, já havia usado um hipertexto! Você já usou enciclopédias para fazer pesquisas? Pesquisando um conceito, precisou ir a outro? Então, já havia navegado em um hipertexto sem nem se dar conta disso.
Um romance, em geral, não é um hipertexto. Quase sempre, romances e novelas são criados supondo que o leitor deva começar na primeira página e ir lendo, sequencialmente, até a última. Se o texto for bom e cativante, é assim que fazemos.
Essa é a principal diferença entre o que chamamos de texto linear e os hipertextos. Um texto linear é, geralmente, lido de forma sequencial. Os hipertextos podem ser lidos de muitas formas, em muitas ordens diferentes: várias palavras ou expressões, ao longo do hipertexto, podem remeter a outros textos ou a outros pontos do mesmo texto, exatamente como fazemos quando pesquisamos um assunto novo em uma enciclopédia. Dizemos que esse é um texto não linear, porque não há uma linha única para seguir ao lê-lo, mas, sim, muitos caminhos possíveis.
Poderíamos terminar por aqui esta unidade sobre hipertexto se achássemos que chegar a uma definição bastaria. Acreditamos, entretanto, que não, pois ler e escrever hipertextos pode ter muitas e diversas implicações para a forma como apresentamos as coisas, como compreendemos o que estudamos e como apresentamos o que sabemos.
Assim, ao longo destas próximas semanas, vamos explorar algumas dessas implicações. Então, prepare-se, porque isso é só o começo; temos certeza de que, conhecendo hipertextos e sendo capaz de produzi-los, sua vida de educador, seja como professor, gestor escolar ou ainda como aprendiz, nunca mais será a mesma.
Quer ver como? Convidamos você, então, a seguir navegando ao longo desta unidade pelos diversos espaços oferecidos. Sugerimos, ainda, que vá a outros espaços que não estejam citados aqui, mas que pareçam interessantes. Como já vimos fazendo, vá anotando os endereços, os nomes, o local onde encontrar o material que visitou para depois poder trocar com seus colegas, comentando as experiências que teve, as descobertas que fez. Assim, a experiência de cada um poderá ser aproveitada por muitos.
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Atividade 2.5 icone_reflexao_pedagogica_curso2.png icone_aprendizado_tecnologia_curso2.png
Reflexões sobre hipertextos
Após assistir ao vídeo, que tal registrar algumas reflexões?
• Quais são os elementos presentes no hipertexto que não eram encontrados no texto?
• Quais os elementos que mudam os processos de leitura e de escrita?
• Como essas mudanças afetam o modo como ensinamos e aprendemos?
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Após assistir ao vídeo Hipertextualid, vamos encerrar esta primeira etapa dos nossos trabalhos. Procure, no Ambiente Virtual, sugestões de leituras que complementem as discussões sobre a contribuição de hipertextos para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem de nossos alunos.
Criando um portfólio navegável, portfólio em hipertexto, um hiper portfólio
Como primeira experiência de construção de hipertexto, sugerimos que cada um construa, neste curso, o seu portfólio digital. Ressaltamos que portfólio é uma coleção, pessoal e organizada, dos trabalhos, das construções e das descobertas que cada um faz ao longo de um curso; é, pois, uma imagem do processo de sua aprendizagem... Nas escolas em que for possível, os portfólios serão publicados na Internet para todo mundo ver, a partir da construção de um blog . Nas demais, o seu formador lhe orientará a respeito de como publicar no servidor da sala informatizada, de forma que todos os participantes do curso possam ter acesso a ele quando frequentarem a sala. No portfólio digital, você vai, portanto, registrar a evolução do seu trabalho e poderá, ao longo do caminho, verificar como se dá o seu aprendizado.
Você viu, nos trabalhos anteriores, que são muitos os caminhos de leitura possíveis ao navegar por um hipertexto. É muito comum que o “navegador de primeira viagem” sinta-se perdido ao encontrar tanta informação e muitas possibilidades de explorá-las. Você deve ter percebido que “navegar em hipertextos” implica uma nova competência a ser construída; que existem novas coisas a serem aprendidas, o que impõe, também, à escola coisas novas a serem feitas e compreendidas. Salientamos que o uso repetitivo da palavra “nova” em um único parágrafo, não acontece à toa: é porque estamos mesmo lidando com uma forma de comunicação e de organização do conhecimento que não estava, até há pouco tempo, presente em nossas vidas como agora.
A seleção de informações
No que concerne à seleção de informações, é importante que você tenha em mente que quando a escola podia apresentar um único caminho para o conhecimento, quando lidava com umas poucas fontes de informação, selecionar as informações e as formas de apresentá-las não era um problema. Decidir o que era “verdadeiro” e o que era “falso” também não, visto que os bons manuais, os compêndios e os livros didáticos geralmente possuem boa procedência.
Agora, temos, no entanto, um novo problema: essas competências de encontrar e selecionar informações, de lidar com muitas e variadas fontes de informação, por vezes contraditórias, precisam ser trabalhadas na escola. Perceba que a tecnologia não é apenas a parceira que nos permite fazer as mesmas coisas de forma mais divertida ou eficiente. Ela traz, também, novos conhecimentos e novas necessidades para a escola; e, naturalmente, atreladas a tantas “novidades”, surgem, igualmente, novas possibilidades, como as formas inusitadas de registro, de leitura e de trabalho em parceria.
Tendo isso em vista, propomos a seguinte atividade: crie, agora, outro documento hipertextual, um hiperdocumento, que será usado por você – e acessado por seus colegas – ao longo de todo o curso.
Para iniciar a criação do portfólio, faça a atividade seguinte:
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Criação de um portfólio em hipertexto, o seu hiperportfólio
Para esta atividade, você vai precisar criar um blog no servidor do Blogger. Se você já fez o curso de Introdução à Educação Digital, já aprendeu a construir o seu blog e a postar conteúdos nele.
Se não aprendeu ainda, não se preocupe, vamos orientá-lo juntamente com seu formador sobre como fazer isso. Para contribuir em seu aprendizado sobre o processo de criação de um blog, assista à animação do Curso de Introdução à Educação Digital, “Como criar um blog”.
Porém, não esqueça que para criar seu blog, você precisa ter um e-mail do Google, o gmail. Caso não tenha criado seu e-mail ainda, acesse a animação "Como criar uma conta de e-mail no gmail" para aprender como fazer.
No blog, você registrará, ao longo do curso, as atividades que fez e fará, as coisas que descobriu e aquelas que inventar. Nem tudo ficará, entretanto, nesse espaço. Você fará uma breve síntese inicial ou uma apresentação sobre cada atividade, sobre cada coisa que produzir e colocará links para elas. Cada postagem num blog constitui um post .
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Assim procedendo, seu blog se transformou num hipertexto que permite acesso a várias coisas que você fez neste curso. A ideia é que você volte, efetivamente, a esse documento sempre que produzir algo novo, fizer uma descoberta, criar uma forma de trabalhar ou qualquer outra coisa relevante que este curso lhe traga. O seu portfólio (blog) conterá a história e a memória do que você vivenciou e aprendeu no curso.
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Atividade 2.7 icone_em_grupo_curso2.png icone_aprendizado_tecnologia_curso2.png
Planejamento de uma atividade com hipertexto ou Internet
A primeira tarefa será montar grupos de trabalho (duplas ou trios). Sugerimos que os grupos sejam formados entre cursistas que tenham oportunidade de se encontrarem de forma real ou virtual, com frequência, e que tenham interesses similares. Após ter escolhido o grupo, é preciso planejar uma atividade em que sejam utilizados alguns dos recursos já apresentados neste curso, para ser desenvolvida com os alunos.
O importante é que seja uma atividade factível com os recursos de que vocês dispõem na escola. Para planejar essa atividade, leve em conta todos os recursos a que tem acesso, como: usar e adaptar atividades que já tenha experimentado antes e que, com o uso da tecnologia, possam ser melhoradas; pedir sugestões de atividades a colegas que possam ser úteis a outros grupos; pesquisar no Portal do Professor atividades já desenvolvidas e experimentadas por outros; e pesquisar na Internet atividades desenvolvidas em outras escolas.
Para registrar a atividade, tente descrevê-la com o maior número de detalhes possível, após isso, converse com seu formador para pensar numa maneira interessante de compartilhar isso, para gerar uma interlocução e troca de experiências entre os grupos.
Em seguida, cada grupo pode analisar o trabalho de outra equipe, não só no intuito de fazer sugestões que possam melhorar ou ampliar a atividade planejada. Você e seu(s) colega(s) de grupo podem e devem conversar sobre a atividade, mas não deixem de fazer comentários por escrito no texto que forem analisar. Contribuições por escrito ajudam a quem vai aperfeiçoar seu trabalho por, pelo menos, dois motivos: (1) comentários orais podem ser esquecidos; e (2) quando escrevemos somos mais objetivos, deixando, em geral, menor margem a dúvidas do tipo “não era isso que eu queria dizer”.
Neste momento, é importante pensar em uma estratégia para que todos os grupos tenham seus trabalhos analisados por outra dupla. Sugerimos que, quando houver mais de duas duplas da mesma escola, façam uma troca circular: o grupo A analisa o trabalho do grupo B; este analisa o trabalho do grupo C e assim por diante até o último que analisará o trabalho do grupo A. Desse modo, todos terão planejado uma atividade e analisado outra.
De posse dos comentários dos colegas, cada grupo dará uma forma final ao que planejou. Não se esqueça de publicar o planejamento final no seu blog/portfólio, que foi criado na atividade anterior. Lembre-se de que cada produção nova terá referência em seu blog/portfólio. É por meio dele que o formador poderá acompanhar seu trabalho e fazer suas avaliações para auxiliá-lo em sua caminhada.
Caso seu formador recomende outro local para postagem, converse com ele, e discuta sobre a viabilidade do processo.
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Atividade 2.8 icone_reflexao_pedagogica_curso2.png
Análise do percurso e preparo dos caminhos
Que tal uma conversa para colocar as atividade sem dia?
Este é o momento para você e seu grupo fazerem uma discussão a respeito do processo até então desenvolvido, das atividades que serão implementadas em sala de aula e da apresentação dos temas e ferramentas que serão trabalhados daqui em diante. Para isso, interaja e debata com seus colegas e formador. Pergunte ao seu formador qual a ferramenta mais adequada para realizarem essa interação.
Interaja com seus colegas e formador sobre aspectos que serão compostos por 3 subtemas.
Participar dos 3 subtemas, pois cada um abordará um aspecto do trabalho:
a. “Análise do percurso e preparo dos caminhos”: destinado a retomar as atividades já desenvolvidas para obter um feedback com toda a turma.
b. “Finalização do planejamento da atividade com hipertexto”: conversa destinada à finalização do planejamento da atividade 2.7 e esclarecimento de dúvidas técnicas.
c. “Apresentação dos temas das semanas seguintes”: interação com o formador e colegas para saber sobre a produção colaborativa na Internet em ambientes como Wikipédia e Wikcionário.
Você poderá aproveitar as dicas veiculadas no subtema “Finalizando o planejamento da atividade com hipertexto” para fazer acertos em seu planejamento de atividade.
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A Internet como espaço de autoria: blogs e fotologs, vivendo em comunidade
A partir de agora, iniciamos uma fase bastante intensa no nosso curso. Além de estudar sobre blogs e fotologs, você vai realizar a atividade planejada com seus alunos ou com a turma de seu colega de dupla. Você vai avaliar a atividade e deverá registrar isso em seu portfólio (blog). Nesta semana, então, você vai dedicar menos tempo às novidades da tecnologia e mais tempo a como ela pode fazer parte de sua prática profissional.
Em paralelo à realização da atividade já planejada, refletiremos a respeito do uso dos blogs e fotologs na prática pedagógica.
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Atividade 2.9 icone_reflexao_pedagogica_curso2.png icone_intervencao_pratica_curso2.png
Prática Pedagógica
Sugerimos algumas estratégias para a execução da atividade, de forma que se possa tirar bastante proveito dela, assim como de outra qualquer, fazendo um registro cuidadoso de como foi o seu desenvolvimento em sala.
Vamos, então, às orientações da próxima atividade:
Atividade Prática Pedagógica – a realização
Esta é uma atividade para os alunos, mas destina-se, também, para que você, professor, possa utilizá-la como objeto de estudo. É importante, portanto, acompanhá-la de forma cuidadosa para que todos possam aprender tudo o que ela tem para ensinar, tanto a professores como a alunos.
Sugerimos que ela seja realizada em parceria com outro ou outros professores de sua escola. Ter esses colegas em sala acompanhando para contribuir com suas observações será melhor ainda.
A ideia é que o professor da turma conduza a atividade enquanto o outro professor da equipe deve estar em sala como observador, anotando sobre a atividade em desenvolvimento, como é recebida pelos alunos, como é conduzida pelo colega, como os equipamentos se comportam. Lembrem-se de que equipamentos mal comportados são um problema, porque, em vez de eles ficarem de castigo, nós é que ficamos. Por vezes, eles funcionam mal mesmo; outras vezes, o mau comportamento deles é só uma questão de comunicação, de sabermos dar as ordens corretas, apertar os botões necessários e na ordem em que eles entendem.
Para Refletir: icone_para_refletir_curso2.png
Pare um pouco e reflita. Como você age com os alunos? Você os põe de castigo quando não fazem o que você deseja? Quando será possível entender que “alunos que não funcionam como previsto” podem agir de modo diferente em razão de um problema de comunicação? Só uma provocação, para pensar um pouco.
Todo professor deve ser um observador ativo, que precisa ver e compreender, tanto quanto possível, o que ocorre com toda a turma e com cada aluno. Espera-se, portanto, que caminhe pela sala para observar de perto como os grupos de alunos participam da atividade, que dificuldades apresentam, que descobertas fazem etc. Uma possibilidade é fazer isso com uma prancheta na mão e andando pela sala. Você vai encontrar a forma que lhe parecer mais adequada.
Outra sugestão que pode ajudar é ter em mãos uma folha de papel com os nomes dos alunos (organizados em suas duplas ou trios), com espaço ao lado para poder anotar, com agilidade, algum processo ou intervenção de um grupo que seja digno de nota. Tenha, igualmente, algumas folhas em branco. Bastante papel é útil, pois acontecem muitas coisas ao mesmo tempo, em sala de aula. Caso você tenha acesso a alguma tecnologia móvel com a qual se sinta mais confortável para fazer as anotações, fique à vontade para utilizá-la. Registrar imagens do trabalho dos alunos também pode favorecer análises posteriores que não pautarão apenas em texto escrito. Entretanto, não se pode esquecer de que qualquer forma de utilização, que extrapole o contexto da pesquisa, vai requerer autorização dos responsáveis por esses alunos.
Imagens de máquina digital e celular podem ser facilmente transferidas ao computador, bastando ter um cabo de ligação com o computador. O Linux Educacional tem um programa para baixar as fotos de câmeras fotográficas muito versátil, pois reconhece a maior parte das câmeras digitais e dos celulares. O programa chama-se Digikam e pode ser acionado no menu que se encontra no alto da tela, no ícone que tem uma paleta de pintura junto de um monitor de computador (veja ilustração abaixo).
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Figura 2.03 - Interface do Digikam
Sugestões para nortear a observação:
• Como os alunos se envolveram?
• Os alunos conseguiram compreender o foco e a proposta da atividade?
• A forma de apresentá-la foi clara para este grupo de alunos?
• O que conseguiram fazer e perceber?
• Quais as dúvidas e dificuldades mais recorrentes?
• Que coisas chegaram a descobrir e a fazer que não estavam previstas?
• De que forma se relacionaram os componentes das duplas?
• Disputaram o uso da máquina ou colaboraram para o andamento do trabalho?
• As duplas colaboraram umas com as outras? De que forma? Ensinaram, tiraram dúvidas ou fizeram perguntasentre elas?
• Em quais duplas de alunos os objetivos planejados foram atingidos? Em quais não foram? Qual a proporção?
• Que aprendizagens não previstas ocorreram com muitos alunos?
• Que aprendizagens, descobertas ou criações especialmente interessantes e não previstas ocorreram com algum ou alguns alunos?
• Como foi a condução da atividade pelo professor? Foi muito diretiva ou permitiu que a condução e o ritmo da ação fossem dados pelos alunos?
• Os equipamentos funcionaram a contento?
• Os programas funcionaram a contento?
As fotos digitais poderão ser incorporadas ao seu trabalho, que deverá ser referenciado no portfólio para ilustrar como, de fato, a atividade se deu em sala. Afinal, muitas vezes, “uma imagem fala mais do que mil palavras”. Sabemos, porém, que nem sempre isso é verdade. Tente, por exemplo, representar essa frase anterior (entre aspas) com imagens. Não dá, não é mesmo? Por isso, se a descrição de como ocorreu a atividade puder contar com elementos em várias linguagens, será mais enriquecedor, pois aumentará a possibilidade de comunicar melhor. Assim, destacamos que um documento que contém informações em mais de um meio, como textos, imagens, sons, entre outros, é chamado de documento multimídia.
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Note que você está virando autor de produtos multimídia sem nem perceber. Como estamos falando de educação, é fundamental, todavia, tomarmos consciência do que fazemos. Até podemos, num primeiro momento, fazer algo sem perceber, mas, ao analisar, não podemos deixar de perceber o que estamos fazendo e o porquê. O importante, nesse caso, é perceber que, usando outros meios, conseguimos um produto com maior potencial de comunicação. Ademais, as imagens, ainda que não expliquem tudo, têm uma comunicação mais imediata com o leitor; em geral, de maior impacto e são muito úteis para exemplificar e mostrar situações, expressões humanas – um rosto alegre ou envergonhado pode ser muito mais evidente e claro em uma foto do que em uma explicação de “mil palavras” – e configurações espaciais.
Vamos discutir um pouco mais sobre isso na próxima unidade. Por enquanto, ressaltamos, ainda, que todo produto que reúne muitos meios de comunicação, seja ele um documento impresso, um espetáculo de teatro ou algo que se vê na tela do computador, é chamado de produto multimídia . Não é tão complicado, é?
Há um grupo japonês, cujo foco de pesquisa é a dinâmica que se desenvolve nas salas de aula, que diz que uma aula é como um rio correndo rápido, cheio de pequenos redemoinhos, pequenas perturbações, cores e ondas diferentes em cada canto. Bonita imagem, não? Em vista disso, enfatizamos que, para observar e registrar muito do que acontece em uma sala de aula, toda forma de registro pode auxiliar.
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Compreender, aqui, vale tanto para alunos (compreendem o que fazem) como para professores (compreendem como alunos o fazem e como entendem o que os professores pedem). Para professores que gostam de estudar, vale a pena o esforço da leitura; será diversão pura. É, pois, surpreendente como os autores do referido artigo mudam suas salas de aula e a relação de todos, professores e alunos, com o fazer escolar. Desse modo, todos passam a ser pesquisadores interessados nos mais variados temas, especialmente aqueles que aguçam a curiosidade dos envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem.
Depois de encerrada a atividade, caso você tenha trabalhado em dupla, os professores da dupla devem reunir-se, presencial ou virtualmente, em algum momento, para analisar o que foi anotado, avaliar os ganhos que resultaram para a turma e para cada aluno em particular. Quanto mais cedo isso ocorrer, mais vivos estarão na memória os fatos ocorridos. Alguns pontos que podem ser analisados e avaliados além dos que foram anotados em sala:
• A turma recebeu bem a proposta da atividade? A proposta envolveu e animou os alunos? Todos ou só alguns? Ou nenhum?
• O que envolveu os alunos foi a atividade em si ou o uso do laboratório de informática?
• Há alguma outra organização do grupo que possa fazer o trabalho transcorrer de forma mais adequada do que a forma que transcorreu?
• Há alguma preparação do grupo de alunos que possa contribuir para o trabalho acontecer de forma mais adequada e interessante?
• Vocês ficaram satisfeitos com a atividade?
• Que coisas puderam perceber quanto à forma de aprender de seus alunos?
• Esta atividade pode ser adaptada para outros contextos, para outras séries ou outras disciplinas? De que forma?
• A atividade pode envolver mais de uma disciplina? Seria mais interessante se envolvesse professores de outras disciplinas?
• O desenvolvimento da atividade e a forma como aconteceu com seus alunos sugerem algum desdobramento, alguma outra ação que decorra dela e possa ampliar seus ganhos?
• A partir do que foi anotado em sala, seria possível criar uma ficha de acompanhamento da atividade que pudesse ser preenchida pelos alunos ainda durante a atividade e que refletisse o seu processo ao longo dela? Lembramos, ainda, que objetivos muito claros para cada tópico e clareza do que esperam que os alunos abordem podem ajudar nisso.
Bem, a lista anterior não é para ser exaustiva, nem é uma lista completa; certamente, pode haver outros pontos que você deseje mencionar, pois nem todos os itens relacionados anteriormente são cabíveis para todas as situações e experiências vividas. A ideia é, apenas, lembrar pontos que podem ser importantes. Lembre-se de que esse roteiro de análise e de avaliação da atividade deve servir para dar um formato à proposta, a fim de que possa ser publicada no Portal do Professor e vir a ser aproveitada por outros educadores de vários cantos deste país. Antes disso, coloque a descrição e a análise da atividade no ambiente de compartilhamento de produções, para que possa inspirar colegas e também receber sugestões.
Se sua escola ainda não está conectada à Internet, em breve estará. Mesmo assim, esta atividade deve ser publicada no servidor local, para que seja útil para outros colegas de sua escola ou de escolas próximas que a visitam e, desse modo, possam pesquisar no banco de atividades que será montado a partir deste curso. Assim que tiver conexão com a Internet, colocar a atividade no banco de atividades do Portal do Professor.
Para que a descrição da atividade criada seja encontrada por quem possa interessar-se por ela, é importante que esteja classificada e que suas possibilidades de uso sejam bem descritas. Anote, junto a ela, as seguintes características:
• Qual ou quais são os objetivos de aprendizagem?
• Em que séries pode ser realizada?
• Qual o conteúdo de que trata?
• É adequada para alguma ou algumas disciplinas em particular? Quais?
• De quais recursos necessita? (Podem ser, por exemplo, computadores, Internet, programas de computador, câmera fotográfica, ambiente de edição cooperativa, correio eletrônico, entre outros.)
• Que competências, saberes e capacidades precisa ter o professor? E os alunos?
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Enquanto vão realizando a atividade 2.9, que tal conhecer algumas outras possibilidades de uso de computadores ligados em rede?
Você já viu – e ainda vai experimentar muito mais, com certeza – que a Internet é uma interessante fonte de informações, um excelente e rico espaço para pesquisas. Por meio dela, conseguimos informações de toda ordem, desde acesso a listas telefônicas até a possibilidade de visitas virtuais a museus, centros de pesquisa e outras instituições de cultura, passando por vídeos, músicas, programas para computadores; enfim, há uma infinidade de possibilidades. Isso sem mencionar os mais comuns, que são os livros, artigos e tantos outros textos escritos em milhares de línguas e com as mais diversas orientações conceituais e com objetivos também muito variados.
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Temos a impressão de que você vai descobrir coisas interessantes, tanto para seu deleite e lazer pessoal como para usar com seus alunos.
Ressaltamos que é possível, na Internet, fazer muito mais do que isso. Pode-se ser leitor, leitor-autor, que lê textos na ordem em que escolhe, ou autor colaborador, que lê e intervém no trabalho produzido por outros. Há diversos ambientes e sites que oferecem essa possibilidade em formatos e estruturas bastante diversas.
Queremos conversar, agora, sobre um recurso que você já vem experimentando nesta unidade: os blogs.
Blogs
Se você já fez o Curso de Introdução à Educação Digital, estará, agora, dando continuidade a uma discussão que foi iniciada lá. Naquele curso, há uma unidade que apresenta, de forma minuciosa e cuidadosa, o que são os blogs, apresentando, também, uma coleção de endereços de blogs cujos conteúdos são de interesse educacional voltados para professores.
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O nosso foco neste momento é analisar como esses ambientes podem ser usados em educação e que novas práticas e possibilidades nos trazem.
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Figura 2.03 - Exemplos de páginas de blogs.
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O blog nas Escolas
Trocando mensagens pelo blog, os alunos da 5ª série da Escola Municipal Professor Edilson Duarte, de Cabo Frio (RJ), estão documentando tudo o que aprendem sobre os ambientes naturais de sua cidade. Eles não são os únicos na escola a usar essa ferramenta. Seus colegas da 7ª série, depois de estudar o tropicalismo e a literatura de protesto dos anos 1960, fizeram poesias e as publicaram em uma página; a 8ª série está alimentando outro blog com informações sobre poluição das águas.
Como recurso de aprendizagem, o blog ainda é novidade, mas a linguagem é bem conhecida dos adolescentes, que o utilizam para publicar páginas pessoais, como os tradicionais diários. “É uma maneira diferente de divulgar projetos ou concluí-los, com a vantagem de permitir a interatividade”, afirma Rosália Lacerda, coordenadora do Projeto Amora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Observe que os alunos publicam suas produções, por isso seus trabalhos escolares não têm mais, como destino, apenas a gaveta do professor e uma nota ao final do período; passam a ter valor social, uma vez que outras pessoas podem visitar o blog deles e saber o que eles aprenderam. Se isso lhe parece, no entanto, pouco, os alunos podem, com o blog, fazer ainda mais. Podem debater com os visitantes de seu blog sobre o que puseram lá, interagir com eles a partir dos comentários feitos. Isso é completamente diferente de tudo o que conhecíamos na maior parte das escolas até alguns anos atrás.
Como exceção que confirma a regra, havia as escolas que seguiam o pensamento do francês Celestin Freinet e que sempre publicaram o que fizeram, trocando seus conhecimentos com outras escolas. Se, por um lado, esse conceito não é exatamente novo em educação – o trabalho de Freinet tem início na década de 1920 do século passado – e nem tão desconhecido assim, pois há escolas freinetianas por todo o mundo ocidental; por outro, nunca foi tão fácil e tão acessível essa possibilidade de tornar pública a produção escolar. Antes também não havia um ambiente que convidasse à interação de forma tão clara e estimulante como ocorre hoje, principalmente após o advento da Internet.
Outra novidade estimulante, agora, é que o professor aprende, ainda mais, com os alunos, especialmente porque também obtém conhecimentos com as descobertas e com as criações deles. Sim, porque não se espera que os alunos apenas escrevam ou transcrevam alguns textos sobre o tema escolhido. Dependendo de onde o blog é criado, o autor pode escolher e/ou criar a aparência dele, decidir como os títulos serão apresentados, quais as imagens que irão compô-lo e como serão organizadas. Além do tema inicial, os estudantes deverão pensar, planejar e fazer escolhas sobre aspectos estéticos e de comunicação de seu blog; verificar de que forma ele ficará mais atraente, mais convidativo à participação dos visitantes. Desse modo, levando em conta o tema – se Geografia, Matemática ou Ciências etc. –, os alunos precisarão tomar decisões sobre a linguagem que usarão para melhor representá-lo.
Voltemos à matéria: na hora de escrever o resultado de pesquisa para um trabalho escolar, que linguagem usar? Por ser muito recente o uso do blog como ferramenta de aprendizagem, ainda não existe um parâmetro que sirva de referência.
O linguista Marcos Bagno (2010) lembra que o blog é fruto da cultura da Internet e nasceu com os jovens. Defende, ainda, que “Não é nesse meio que eles vão aprender ortografia e gramática. O espaço deve ser reservado para os adolescentes expressarem-se livremente”. Edivânia Bernardino, professora de Língua Portuguesa do Colégio Magister, em São Paulo, especialista em linguagem cibernética, acredita que, se o texto publicado for um trabalho escolar, exigirá formalidade; deve, portanto, seguir os padrões da norma culta: “Uma vez na rede, o conteúdo será acessado por diversos públicos e por isso precisa ser inteligível”.
Além disso, registramos que a professora de Língua Portuguesa, Álfia Aparecida Botelho Nunes, notou que os textos dos alunos melhoraram muito depois de o blog ser utilizado para documentar um projeto sobre transportes e locomoção no Jardim das Flores, bairro da zona sul da capital paulista, onde se localiza a Escola Municipal Pracinhas da FEB: “Ao saber que o trabalho seria lido por outras pessoas, eles tomaram mais cuidado com a forma e com o conteúdo, procurando deixar as ideias bem claras”, observou. Márcia Almeida, de Cabo Frio, resolveu o impasse combinando com os professores e com os estudantes que o texto da pesquisa deve estar corretamente digitado, sem “erros”.
Já as mensagens informais trocadas entre eles podem ser publicadas com as particularidades do texto cibernético: “assim fica td blz!”
Enfim, deixemos de tanta conversa e vamos à prática. Há muitos sites de blogs construídos por professores e por seus alunos para comunicar o resultado das suas aprendizagens. Para conhecer mais blogs que falam de coisas bem próximas do nosso dia a dia na escola, você pode fazer uma busca na Internet por conta própria.
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Quanto à produção coletiva em blogs, saiba que é bastante simples realizá-la; basta, para isso, mudar algumas configurações e pronto. Podemos ter várias configurações com direitos distintos de acesso, tanto para leitura quanto para a postagem e comentários. Vamos, então, experimentar a edição coletiva de um blog.
Registros Digitais da Prática realizada
Voltamos, agora, a conversar sobre a atividade realizada. Antes, perguntamos: houve registro e avaliação de como a atividade se desenrolou, não é mesmo? Os resultados foram satisfatórios? Esperamos que sim, mas não tanto para que ainda se deseje ir mais adiante.
A proposta para esta semana é preparar o registro digital sobre a atividade realizada, para poder compartilhá-la com os outros professores. Esse registro digital irá integrar seu portfólio ou seu blog, mas de uma maneira um tanto especial. A ideia, agora, é ter um blog da turma de cursistas. Desse modo, a partir de uma mesma página, teremos acesso aos registros de todos os grupos. Há duas maneiras de fazer isso:
• cada grupo insere o seu relato no blog de um dos participantes e fazemos um novo blog que remete para os links dos blogs individuais; ou
• inserimos todos os relatos no blog do grupo, e todo mundo alimenta seus blogs individuais fazendo um link para o blog do grupo.
Aqui, sugerimos a segunda maneira. Assim, aprendemos como realizar a edição coletiva de um site na web.
Seu formador irá criar o blog do grupo configurando-o de modo a dar direito de edição a todos os participantes. Para tal, o formador enviará:
• o endereço do blog do grupo;
• o seu login de usuário e a sua senha de acesso neste blog.
De posse dessas informações, você pode realizar agora a atividade a seguir sobre o registro da experiência.
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Registro digital da experiência – o hipertexto
Elaborar agora, um registro digital da experiência na forma de um hiperdocumento. Iniciar com uma postagem no blog do grupo. Essa postagem deve remeter para arquivos feitos noutros formatos, tais como texto, imagens, textos com imagens, apresentações de slides etc. Se puder, faça ligações (links) para o que seus alunos produziram. Assim, terão um hiperdocumento que pode ser ainda mais claro acerca de alguns objetivos que tenham conseguido atingir.
Busque relatar o processo, explicitando o que aconteceu, como o trabalho foi planejado e o que, porventura, foi preciso modificar por imposição da prática. Se achar que pode ajudar, fornecemos a seguir um modelo de como pode ser estruturado o documento. Esse é, contudo, apenas um modelo para lá de limitado e incompleto. A ideia é que ele possa ser modificado ou mesmo descartado assim que você julgar necessário.
Esta atividade compreende também a construção de um hipertexto, que deverá conter imagens, ou outros tipos de mídia. Um hipertexto com essas características é o que chamamos de hipermídia.
Pontos a constar no registro descritivo do projeto:
1. Descrição do projeto com objetivos, etapas, recursos necessários etc. Aqui, é importante detalhar exatamente o documento que foi criado; pontuar, de modo pormenorizado, o projeto e relatar, inclusive, as correções e adaptações pelas quais ele tenha passado.
2. Características da turma em que foi experimentado: série, disciplinas envolvidas, quantas aulas foram necessárias, quantos alunos participaram, quantos professores e qual o papel de cada um.
3. Descrição de como o projeto se desenvolveu. Nesta parte, entram, possivelmente, fotos que tenham tirado; depoimentos que gravaram dos alunos dizendo o que acharam do projeto e como avaliam o que aprenderam com a atividade; depoimentos de outros professores que tenham acompanhado o projeto e tenham alguma percepção interessante do ocorrido. Se vocês produziram registros sonoros, aguardem um pouco até a próxima unidade, na qual trabalharemos sobre como editá-los e como publicá-los em um blog.
4. Resultados obtidos: aonde chegaram os alunos. Desenvolveram as competências e os conhecimentos que vocês esperavam? Quais? Quais objetivos esperados não foram atingidos? Que outras aprendizagens inesperadas aconteceram? Aqui, como no item anterior, pode ser uma boa ideia fazer links para os trabalhos que os alunos desenvolveram a fim de ilustrar e de confirmar o que afirmam.
5. Conclusões: o que foi aprendido como o desenvolvimento do projeto? De que forma projetos como esse podem integrar futuros planejamentos? Que outras atividades podem passar a integrar esses planejamentos futuros em função do que foi percebido nesta experiência? De alguma forma a experiência sugere mudanças importantes no seu planejamento para os anos vindouros? Quais?
6. Bibliografia e webliografia: os textos, os sites e as páginas da Internet que os ajudaram a planejar as atividades, a fundamentar e analisar o ocorrido. Isso tudo deve ser feito em um documento digital, isto é, no computador, porque é por meio dele que se tornarão acessível a todos.
Lembramos, novamente, que o roteiro apresentado deve ser tomado apenas como referência. Se ele ajudar a estruturar o seu documento, ótimo. Se for percebido como uma “camisa de força”, crie ou use a forma que lhe parecer mais adequada.
Ao criar o registro do grupo, faça links para outros documentos seus ou dos seus alunos e também para páginas na Internet. Após postar o seu relato no blog do grupo, pode-se, também, aproveitar para ir conhecendo o trabalho dos outros grupos.
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A Internet como espaço de autoria: Wikipédia, Wikcionário, vivendo em comunidade
Nas várias leituras que foram realizadas nesta unidade, um aspecto aparece em destaque: o fato de que muito do que acontece na rede tem origem numa atividade de produção coletiva empreendida por comunidades de usuários solidários. Nas palavras dos professores Marcos Cavalcanti e Carlos Nepomuceno (2007, p. 7):
Estas comunidades em rede são o epicentro dos projetos inovadores do futuro, sejam elas articuladas em torno de um objetivo específico, sejam desarticuladas, atuando como canais de rápida divulgação e distribuição de ideias e produtos, de efeito efetivamente viral, de multiplicação e difusão rápida de determinada ideia ou produto”.
Você conhece a Wikipédia?
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Figura 2.04 - Página inicial da Wikipédia
Uma dessas ideias que vingou e deu muito certo foi a Wikipédia. Você já havia ouvido falar dela aqui neste texto, lembra? O termo Wiki refere-se a um software criado para permitir que várias pessoas editem, juntas, uma mesma página web algumas vezes, fala-se também em conceito wiki ou modelo wiki para indicar o processo de produção coletiva de um hipertexto. A Wikipédia é uma enciclopédia construída a partir do conceito wiki.
A Wikipédia é, então, uma enciclopédia multilíngue online livre, colaborativa, ou seja, escrita internacionalmente por várias pessoas voluntárias, de diversas regiões do mundo. Por ser livre, entende-se que qualquer artigo dessa obra pode ser transcrito, modificado e ampliado, desde que preservados os direitos de cópia e modificações, visto que o conteúdo da Wikipédia está sob a licença GNU/FDL (ou GFDL). Criada em 15 de Janeiro de 2001, ela baseia-se no sistema wiki, termo que provém do havaiano wiki-wiki = “rápido”, “veloz”, “célere”.
O modelo wiki é, portanto, uma rede de páginas web que contém diversas informações que podem ser modificadas e ampliadas por qualquer pessoa através de navegadores comuns.
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Visita à Wikipédia
Agora você e um colega de curso vão visitar a página de apresentação da Wikipédia portuguesa. Essa página corresponde ao verbete Wikipédia da própria enciclopédia. Nela, há uma descrição cuidadosa sobre sua história, passando por aspectos como confiabilidade, dentre outros.
Ler também sobre o que é um ambiente Wiki – você também pode encontrar boa descrição do Wiki na Wikipédia. Destine uma parte de seu tempo à navegação nessa página em busca de outros verbetes.
Você notou que, em cada verbete, há uma aba cujo nome é “Editar”?
Observou que há, também, uma aba intitulada “Discussão”? Qual o papel dessa aba na Wikipédia?
Observeque, em alguns verbetes, há um cadeado no canto superior direito. Ir até o verbete “Hitler”. Notou o cadeado? Vejaque, nesses verbetes, a aba “Editar” desapareceu. O que esse ícone significa?
Reflita a respeito da pertinência ou não de moderadores para alguns verbetes.
Marqueum bate-papo com o colega de dupla para discutir os tópicos acima.
A presença do cadeado indica que há moderação de um responsável pela edição do verbete. Isso acontece para aqueles verbetes polêmicos, em que há a necessidade dessa moderação, e até de certa vigilância sobre o seu conteúdo. Em muitos verbetes, há a necessidade de uma moderação, ou seja, há alguém que toma conta deles. Quando um desses verbetes é modificado, o conjunto de usuários que o vigia é avisado por correio eletrônico. Se algum deles verificar que há uma incorreção, irá consertá-la. Se o usuário é cadastrado, provavelmente será avisado, especialmente se a correção for importante. Se for considerado “bagunça”, apenas o bagunceiro será alertado e lhe pedirão que siga as regras do ambiente. Ademais, todas as modificações feitas num verbete ficam registradas no seu histórico – observe a aba “Ver histórico”.
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A seguir, mostraremos como se cria e se edita um verbete na Wikipédia e como visitar outros espaços colaborativos na Internet.
Como editar e criar um verbete na Wikipédia?
Você pode cadastrar-se para ser membro da comunidade Wikipédia; para isso, basta clicar em “criar conta” no topo da página, à direita. Sendo cadastrado, você tem acesso à edição desses verbetes que são moderados.
Quer experimentar? Então, crie e edite um verbete da enciclopédia! Existe uma página de testes e aprendizado, na qual se pode experimentar à vontade, sem medo de errar, pois ela está ali para isso mesmo. No espaço de edição de qualquer página, há o link “ajuda de edição”, que remete para uma ajuda completíssima de como usar o ambiente.
O que é o Wikcionário e como posso acessá-lo?
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Figura 2.05 - Página inicial do Wikcionário
O Wikcionário é muito semelhante, na aparência, à Wikipédia. Como é mais recente, há mais o que fazer nele; mais verbetes por incluir, mais verbetes para ampliar e corrigir.
Visite outros espaços e saiba mais!
Quais são os editores cooperativos mais procurados na Internet?
O Google Docs e o ThinkFree são dois ambientes cujas interfaces apresentam uma versão simplificada e muito parecida com a dos editores mais comuns, permitindo a edição compartilhada de textos, planilhas e apresentações.
Existem, ainda, outros espaços para produção colaborativa na Internet. Agora que você já possui domínio na utilização de hipertextos, poderá realizar suas próprias descobertas de recursos sempre que desejar!
Ao analisar a Wikipédia, avançamos na experimentação de outro conceito de autoria coletiva na rede. Esse é o fator que distingue a Wikipédia de todas as outras enciclopédias: qualquer pessoa com acesso à Internet pode modificar qualquer artigo, e cada leitor é potencial colaborador do projeto. Por exemplo, foi criado, já faz algum tempo, o verbete “litogravura” que não havia lá. Como o autor não era especialista na área, colocou uma descrição breve do que é uma litogravura, com um pedido de ajuda logo abaixo: pedia a especialistas que complementassem o trabalho. E, curiosamente, não é que o fizeram? E não foram poucas pessoas, pois muitas alterações foram feitas por um grupo enorme. Veja o que você encontra quando procura o verbete “litogravura”. Atualmente, ele nem está mais lá, pois o verbete cresceu e virou “litografia”.
Quando você procura por “litogravura”, a enciclopédia te leva direto para “litografia”: um belo trabalho, bastante completo e até ilustrado. Foi feito por quem? Pelos mais variados colaboradores que provavelmente nem se conhecem.
O que isso tem a ver com escola? Uma enciclopédia assim pode contribuir para que os trabalhos escolares possam ir além dos muros da escola. Imaginemos alunos procurando por verbetes que possam ser ampliados, por verbetes faltosos. Vemos professores e estudantes que agora podem ter uma certeza: nem tudo o que está escrito e impresso é seguramente correto. Sim, há incorreções na Wikipédia, mas não muito mais do que nas enciclopédias famosas e consagradas. Aí está um alerta precioso: devemos olhar criticamente para toda informação que nos é apresentada, verificar sempre em outras fontes e comparar os dados.
Enfatizamos, ainda, que uma enciclopédia com essas características nos ajuda a implantar uma atitude crítica na escola, pois nem tudo o que está nos livros didáticos está correto; para quase tudo, pode haver mais de uma forma de ver e de conceber. A realidade, nós a criamos dia a dia com as verdades que produzimos.
Vamos navegar um pouco por essa enciclopédia? Para tal, sugerimos que realize a próxima atividade.
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Navegar pela Wikipédia e pelo Wikcionário
Ao abrir a página inicial da Wikipédia, você pode observar que a primeira página traz muitas informações; algumas delas, bem instigantes e curiosas. O que é apresentado nessa página muda todo dia. Passeie por ela um pouco e verifique se há algo do seu interesse. Neste momento, enquanto este texto é escrito, consta que, na Wikipédia, contém agora pouco mais de 770.661mil artigos, só na versão em português. Impressionante!
Agora, tente procurar por algum verbete que tenha bastante significado na região onde você vive. Procure por nomes de pássaros, flores, comidas, danças, tipos de embarcação, formas de transporte. Pesquise pelo nome de uma cidade grande e por uma cidade bem pequena que conheça. Você encontrou todos os termos que procurou? Estão bem definidos? Há diferenças importantes na forma como os verbetes estão definidos? Você poderia acrescentar algo a algum dos verbetes? Então, cadastre-se na Wikipédia e o faça. Que tal combinar para fazer isso em dupla ou grupo de trabalho?
Agora passeie pelo Wikcionário. Para isso, acesse a página inicial do Wikcionário em português e tente navegar um pouco por ele, começando pela primeira página, para familiarizar-se com o ambiente. Em seguida, procure reparar que parece muito com o da Wikipédia. Ver a definição de alguns termos comuns no Wikcinário para saber como aparecem e as diversas possibilidades que o ambiente oferece e sugere. Visitar alguns substantivos, alguns verbos.
O verbete “casa”, por exemplo, é bem ilustrativo porque é simples e com muitas informações. Na seção “Ver também”, encontra-se a expressão “casa-da-mãe-joana” e na seção “Fraseologia”, a expressão “casa da sogra”, inseridas especialmente para exemplificar a possibilidade de inserção no Wikcionário. É interessante reparar que os verbos incluem, entre outras coisas, a conjugação completa.
Sugerimos que nessa atividade você também procure por alguns verbetes típicos da sua região. Anime-se, faça seu cadastro no ambiente e acrescente algum verbete; amplie a definição de outros, contribuindo com alguns sinônimos, algumas expressões regionais. Aproveite para colocar ali o que só alguém da região em que você vive faria.
O foco desse passeio pela Wikipédia e pelo Wikcionário é de conhecer uma forma de colaboração que pode ser feita nacional ou até globalmente. Gente de todo o planeta tem contribuído para que esses dois ambientes sejam bons registros da cultura popular, tal como ela se apresenta por todos os cantos e em cada canto. Tecidas essas considerações, vamos, novamente, recorrer a outros autores para ampliar essa discussão.
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Leitura básica
Ler o texto “Num mundo wiki, uma escola idem - Parte I”, de Jaime Balbino. Nele, o autor discute, de forma sucinta e bem rápida, a relação entre essa forma de produção e de registro do conhecimento e suas implicações para a produção de conhecimento.
Software Livre
Caro(a) cursista, você percebe que isso aponta para uma forma inusitada de produzir coisas e de ser e estar no mundo? Sim, há quem trabalhe assim, em comunidade e distribuindo conhecimento de forma livre. Por todo mundo, há milhões de pessoas desenvolvendo o Linux, por exemplo, e mais uma variedade enorme de programas para computador.
É a comunidade do Software Livre. Essas pessoas produzem programas, textos e mais uma enorme variedade de produtos e os colocam na rede, disponíveis para quem quiser usar. Assim, se alguém precisar, é só pegar. Pode pegar e usar, modificar, distribuir, ensinar. Para essas pessoas, o conhecimento é livre, pois a produção pertence à humanidade e deve ser usada para a melhoria da qualidade de vida e ampliação dos direitos e possibilidades de todos.
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Vale a pena tentar, pois temos muito a aproveitar na escola fazendo parte dessa comunidade. A pergunta imediata que surge é: de que vivem essas pessoas se distribuem de graça o que fazem? Na verdade, elas ganham para produzir e não ganham pelo produto que vendem. Como assim? Elas ganham, portanto, quando são contratadas para ensinar como pode ser usado o que fazem. O que gera renda é o trabalho, e não o produto do trabalho. Depois de feito, o produto serve a quem o encomendou e a quem mais quiser usá-lo. Fica disponível para que outros possam não só usar, mas também modificar e aprimorar. E aí ganha também quem pagou pelo desenvolvimento inicial.
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Como o produto é aprimorado pela comunidade, o seu patrocinador, que contratou um desenvolvedor para produzir o que necessitava, ganhou, junto com o produto, uma enorme comunidade de interessados em usar e aprimorar o produto pelo qual pagou o desenvolvimento inicial. Ganham todos e em grande escala.
Atualmente, há dezenas de milhões de usuários e programadores que desenvolvem e avaliam esses sistemas. Que empresa poderia pagar um staff assim? Nenhuma. Os programas são, por isso, desenvolvidos com tanta rapidez e são tão robustos. É muito grande o número de profissionais avaliando-os e consertando-os todo o tempo.
A outra questão que não quer calar: mas, assim, ninguém fica rico? Bem, a ideia é acumular outras riquezas, tais como conhecimento e sabedoria. E a escola, o que tem a ver com isso? Para começo de conversa, é preciso, urgentemente, aprender a viver em um mundo que produz assim. Aqui, temos um caso curioso de ampla colaboração que visa à capacitação de grupos de pessoas para que participem de uma feroz competição.
Há, evidentemente, uma disputa acirrada por quem vai deter o direito de manusear e distribuir informação e conhecimento. Empresas buscam ocupar mercado e, se possível, construir monopólios e oligopólios. Ao mesmo tempo, por outro lado, comunidades de produtores buscam combater essa perspectiva, por isso constroem comunidades que sejam capazes de produzir coletivamente e distribuir conhecimento de forma equitativa.
Não há um lado bom, nem um lado mau. Há, pois, o direito à escolha. Cada um escolhe como e com quem prefere viver.
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Reflexões e memórias da Unidade 2
Decidacom seu formador o local adequado para registrar seus avanços, reflexões e questionamentos sobre Internet, hipertexto e hipermídia, tópicos principais desta unidade; e registrar suas conclusões e memórias sobre o estudo realizado.
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Síntese
Não poderíamos encerrar esta unidade sem fazer uma reflexão sobre a ideia de autoria e de autoria coletiva. Você reparou que a unidade foi composta mais por textos de terceiros do que nossos? Reparou que a unidade em si foi composta como um hipertexto? É inescapável; não há mais como, nem por que, produzir sozinho. O que está aqui o ajudou a conhecer coisas novas e a ser capaz de fazer coisas que não fazia antes? Se isso é verdade, então vai, aqui, um elogio à prática de “copiar e colar”. Não é, contudo, uma cópia sem crítica nem critério. Os textos utilizados aqui, ou seja, os textos que “colamos”, foram cuidadosamente selecionados, criticamente lidos, avaliados e devidamente referenciados.
É possível que não tenhamos acertado sempre; talvez haja textos melhores do que esses, mas
aprendemos ao fazer isso. Este curso não é resultado do que os seus autores já sabiam antes de elaborá-lo; resulta, também, do que aprendemos ao construí-lo. Um hipertexto assim composto, que reúne a opinião de muitos, tem uma autoria; autoria de quem assim reuniu os documentos. Há, todavia, muitas outras autorias ainda: as de quem cedeu seus textos para estarem aqui, e as de quem o vai ler e navegar, fazendo suas escolhas e ordenamentos.
O que gostaríamos de ressaltar, neste encerramento de unidade, é que esta, digamos, hiperautoria, em que usamos produções de terceiros, de forma ampla, leva a quem a compõe a aprender e muito. Não aprende porque copia e cola, mas sim porque escolhe o que copia e escolhe como cola. Aí vai uma boa reflexão que bate à porta da escola: então, colar é bom?
Até a próxima unidade.
Referências
BAGNO, Marcos. Textos do autor disponíveis em
CAVALCANTI, Marcos; NEPOMUCENO, Carlos. O conhecimento em rede: como implantar projetos de inteligência coletiva. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.